Qual a relação entre estresse e compulsão alimentar?
Bem-estar

Qual a relação entre estresse e compulsão alimentar?

Distúrbios alimentares estão, muitas vezes, relacionados a questões emocionais complexas. Um exemplo disso é a relação entre estresse e compulsão alimentar, que estimula um ciclo vicioso de recompensa e culpa. Outras condições, como ansiedade e depressão, também podem ser agravantes da questão.

Para quem sofre com a compulsão alimentar ou está tentando identificar algum tipo de distúrbio relacionado à alimentação, o acompanhamento profissional é essencial. Com escuta empática e acolhimento, eles auxiliam no reconhecimento de gatilhos e oferecem informações valiosas para diferenciar questões, como fome física e emocional.

Para saber mais sobre a relação entre estresse e compulsão alimentar, sintomas e os primeiros passos para buscar auxílio e resolver a questão, continue a leitura!

O que é compulsão alimentar?

A compulsão alimentar pode surgir como episódios nos quais a pessoa come exageradamente, mesmo sem fome. O comportamento está intimamente ligado a um comer emocional, no qual o alimento serve como recompensa a situações difíceis e estressantes.

Conforme o cenário se agrava, o comportamento se torna hábito, por vezes diário. Ou seja, dia após dia, a pessoa com compulsão come sem parar, até mesmo quando está satisfeita. Esse processo inicia um ciclo de culpa, que resulta em descontar novamente o estresse na comida, e assim sucessivamente.

Muitas pessoas que sofrem com compulsão alimentar fazem estoques de alimentos, comem escondidas, comem muito rápido e têm dificuldade para diferenciar fome física e emocional. Por isso, o acompanhamento com um profissional de saúde, que forneça auxílio e esclarecimento, é muito importante.

A persistência do estresse também é uma questão essencial para compreender a relação entre ansiedade e compulsão por doces. Segundo Danielle Fontes, esse processo de nervosismo constante pode resultar em alterações no sistema nervoso, que aumentam a produção de hormônios, como o cortisol, a dopamina e a insulina. Como consequência, essa liberação hormonal causa maior desejo por alimentos palatáveis, como chocolates, lanches e afins.

Mulher à mesa com semblante triste
Compulsão alimentar e ansiedade têm relação direta, já que o estresse causa alterações fisiológicas e emocionais que fazem com que a pessoa desconte as frustrações na comida.

Além do mais, alguns alimentos ricos em gorduras e açúcares proporcionam sensações de prazer, por meio da liberação de serotonina no organismo. Nesse sentido, fica mais fácil entender o porquê de uma pessoa com sintomas de compulsão alimentar procurar a solução para seu bem-estar em comidas palatáveis.

Vale ressaltar que descontar o estresse na comida é um comportamento normal, que toda pessoa faz eventualmente. Todavia, a condição se torna um problema quando vira hábito no qual não se consegue mais controlar ou definir uma rotina alimentar balanceada.

Por fim, é importante pontuar que questões sobre ansiedade e compulsão alimentar na pandemia se tornaram muito recorrentes justamente porque o estresse emocional está relacionado aos episódios compulsivos. Como o contexto global é de muita insegurança e incerteza, patologias como esta tiveram uma curva crescente.

Estresse emocional e comportamento alimentar

A compulsão alimentar, na maioria das vezes, está relacionada a um desejo urgente de controle dos momentos difíceis e desagradáveis. Isso porque, vê-se na comida a solução para apaziguar os sentimentos provocados por aquela situação. Nesses casos, o alimento é muito menos um nutriente, e mais uma gratificação.

O ciclo de alimentação criado por uma pessoa com compulsão faz com que ela sinta alívios momentâneos ao comer, que imediatamente se transformam em culpa, vergonha e angústia. Como estamos falando de uma situação cíclica, na qual a resposta automática se torna a comida, a distinção da sensação de saciedade e do prazer ao comer é muito mais difícil.

Em outras palavras, a pessoa com compulsão alimentar esvazia os outros sentidos que a alimentação possui. Seus hábitos alimentares se perdem nas questões emocionais, o que gera ainda mais estresse.

Por isso, encontrar profissionais que escutem seus problemas com atenção é primordial. Eles te ajudarão a identificar situações gatilhos e possíveis traumas, para que você retome o controle e enxergue outras formas de lidar com suas questões. Nutricionistas e psicólogos especializados em comportamento alimentar são as melhores alternativas.

Dietas restritivas e comportamento alimentar

Outra grande problemática relacionada ao comportamento alimentar é a popularização de dietas restritivas e “milagrosas”. Isso porque a proibição de comer aquilo que se gosta alimenta os sentimentos de frustração e culpa.

Dietas restritivas, estresse e compulsão alimentar
As dietas restritivas são grandes vilãs para quem sofre com sintomas de compulsão alimentar.

Isso quer dizer que o corte de alimentos gera um novo ciclo vicioso de restrição, frustração e, inevitavelmente, compulsão. A ideia de não conseguir seguir uma dieta por longos períodos e nem de manter-se nos parâmetros sociais de beleza influencia diretamente no “descontrole” alimentar da pessoa.

Além do mais, Sophie Deram, em seu livro O Peso das Dietas, explica os impactos fisiológicos do corte abrupto de alimentos no corpo. Segundo ela:

“A dieta mexe com o cérebro e aumenta o apetite, desacelerando o metabolismo. O risco? Ganho de peso a longo prazo. Essa é a grande explicação para o “efeito sanfona”. Não é uma questão de falta de controle ou disciplina, ou de fraqueza. Seu corpo não permite que você emagreça, sobretudo se houver perda de muito peso muito rápido.”

Todavia, a desinformação que circula o emagrecimento faz com que mais e mais pessoas acreditem que dietas restritivas são a solução. Contudo, uma reeducação alimentar pautada em entendimento sobre questões emocionais, permissividade ao comer e conhecimento nutricional são muito mais eficazes a longo prazo.

Nesse sentido, é preciso buscar profissionais equipados para te auxiliar em questões de saúde mental, estresse e comportamento alimentar. Dessa forma, é possível enxergar para além do senso comum sobre alimentação, saúde e emagrecimento.

Tratamento para compulsão alimentar

Como mencionado no decorrer do texto, a melhor forma de tratar a compulsão alimentar e seus sintomas é procurando profissionais especializados no assunto. Com eles, é possível traçar ações viáveis – dentro da sua realidade e rotina – para que você estabeleça uma relação saudável com a comida.

Nesse processo, você compreenderá questões como a ingestão de nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo, estigmas sobre magreza e padrões corporais, saúde e alimentação, identificação de gatilhos, entre outros.

A separação entre fome física e emocional também é parte essencial do tratamento da compulsão alimentar. Dessa forma, você poderá entender em quais momentos o comer se torna uma resposta a sentimentos ruins.

Acompanhamento médico do estresse e compulsão alimentar
Para solucionar a compulsão alimentar, o acompanhamento com um profissional especializado, empático e responsável é fundamental.

Além disso, com o tratamento adequado, você se torna capaz de identificar saciedade e sensação de prazer ao comer, compreende o impacto da indústria alimentícia nos seus hábitos alimentares e a importância da atividade física prazerosa e consciente, etc.

Resumidamente, a resposta sobre como tratar a compulsão alimentar não é única e universal. Ela envolve sentimentos complexos e pessoais, que devem ser levados a sério, com cuidado, compaixão e acolhimento. Por isso, sempre procure um profissional.

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