Alimentação e imunidade: como uma influencia a outra?
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Alimentação e imunidade: como uma influencia a outra?

“Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”. Dita por Hipócrates (460 - 377 a. C.), o "pai da medicina”, essa frase retrata muito bem como nossa alimentação é fundamental para promover a saúde.

Com a pandemia do novo COVID-19, é de extrema importância relembrar a função imunológica e como potencializá-la por meio da alimentação saudável.

Um sistema imunológico que funcione bem é fundamental para a sobrevivência. Ele deve estar em constante alerta, monitorando sinais de invasão ou perigo. As células do sistema imunológico devem ser capazes de distinguir entre moléculas prejudiciais (por exemplo, vírus e bactérias) e moléculas não prejudiciais (por exemplo, os alimentos). A função imunológica pode ser dividida em imunidade inata e imunidade adaptativa. A imunidade inata representa uma resposta rápida e inespecífica, presente em todos os indivíduos, é a primeira resposta a ser estimulada. Em contraposição à resposta inata, a resposta imune adaptativa depende da ativação de células especializadas, por exemplo, os linfócitos.

Há componentes da dieta que exercem papéis específicos no desenvolvimento e manutenção de um sistema imunológico eficaz, como os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e micronutrientes (vitaminas e minerais), além da importância do microbioma intestinal, o conjunto de bactérias benéficas que vivem no nosso intestino e são indispensáveis para a eficácia do nosso sistema imune.

Por exemplo, vitamina A e zinco regulam a divisão celular e, portanto, são essenciais para uma resposta proliferativa bem-sucedida no sistema imunológico. Selênio é um mineral com funções funcionais, estruturais e enzimáticas importantes para a função imunológica ideal. Glutamina é um aminoácido não essencial que atua como importante fonte de energia para células do sistema imune. Durante uma infecção, a taxa de consumo de glutamina pelas células imunológicas é equivalente ou superior à glicose.

Manter uma microbiota intestinal saudável também favorece diretamente o sistema imunológico. Isso porque o maior sistema imunológico do nosso corpo, conhecido como GALT (do inglês: Gut-Associated Lymphoid Tissue) está interconectado com o intestino. Ou seja, tudo que acontece no nosso intestino, seja positivamente ou negativamente, interfere nesse grande sistema imunológico. Entre os nutrientes de maior interferência no sistema imunológico estão as fibras dietéticas, encontradas em verduras, legumes e grãos integrais. As fibras atuam como prebioticos, ou seja, funcionam como substrato (“alimento”) de bactérias intestinais. Promovendo o equilíbrio da microbiota e, consequentemente, do sistema imunológico.

Por fim, entre os nutrientes mais importantes no cuidado de nosso sistema imunológico está a Vitamina D ou colecalciferol. Sua absorção e atuação nas células imunológicas é muito bem descrita na literatura. A vitamina D consegue estimular as células de defesa a produzir mais substâncias antimicrobianas quando necessário.

Como conclusão, podemos citar estudos que demonstram eficácia da dieta mediterrânea (rica em vegetais, peixes, castanhas, azeite de oliva e frutas) no estímulo positivo do nosso sistema imunológico. Esse efeito protetor é atribuído aos compostos bioativos encontrados nesses alimentos.

Caso seja necessária a suplementação de algum nutriente ou composto bioativo, busque um nutricionista para atendimento individualizado.

Referência bibliográfica:
Childs, C.E.; Calder, P.C.; Miles, E.A. Diet and Immune Function. Nutrients 2019.



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