Outubro Rosa: câncer de mama e alimentação, há relação?
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Outubro Rosa: câncer de mama e alimentação, há relação?

por Danielle Fontes

O câncer de mama é o segundo câncer mais comum em todo o mundo e o câncer mais agressivo nas mulheres. Há evidências crescentes de que fatores de estilo de vida, incluindo dieta, peso corporal e atividade física, podem estar associados a um maior risco dessa doença. Relatórios recentes estimam que mudanças bem-sucedidas no estilo de vida podem prevenir 25% a 30% dos casos de câncer de mama

Hábitos alimentares inadequados, como por exemplo, ingestão excessiva de alimentos altamente calóricos (ricos em açúcar e gorduras saturadas), bem como baixa ingestão de alimentos saudáveis (por exemplo contendo ácidos graxos ômega 3, antioxidantes fibras) aumentam o risco de desenvolver a obesidade. E isso, por sí, contribui para o aumento da inflamação do organismo, criando um microambiente favorável para o desenvolvimento e progressão do câncer de mama. Inclusive, a obesidade está associada ao aumento do risco de desenvolver o câncer de mama em mulheres pós-menopausa, além de aumentar o risco de mortalidade por esse câncer.

Diversas pesquisas sugerem que uma dieta saudável caracterizada por alta quantidade de cereais integrais (não refinados), vegetais, frutas, nozes e azeite, e um consumo moderado à baixo de ácidos graxos saturados (por exemplo: carne vermelha) pode melhorar a sobrevida geral após o diagnóstico de câncer de mama.

Outros pesquisadores, investigam intervenções nutricionais durante o tratamento do câncer de mama. E eles demonstraram que o aconselhamento nutricional e a suplementação com alguns constituintes, como os ácidos graxos ômega 3 podem ser úteis na limitação dos efeitos colaterais induzidos por drogas, também no aumento da eficácia terapêutica da quimioterapia. Mas claro, ainda faltam estudos para determinar dosagens, grupos que se beneficiariam mais, tempo de tratamento com esse suplemento.

Alguns estudos observacionais têm sugeriram que a dieta mediterrânea (alimentação rica em vegetais, frutas, azeite de oliva e castanhas) pode reduzir o risco de câncer de mama. Estudo recente realizado na Espanha, acompanhou por cerca de 5 anos, 4.282 mulheres (idade entre 60 e 80 anos) que mostraram redução no risco de desenvolver câncer de mama ao seguirem uma dieta mediterrânea em comparação com uma dieta controle ( no qual, foi orientado apenas reduzir as quantidades de gorduras ingeridas).

Interessante notar, que uma alimentação saudável não precisa conter alimentos diferentes ou exóticos. Um dos fatores mais importantes na prevenção do câncer, quando estamos falando de alimentação, é o aumento no consumo de legumes, frutas e vegetais. Estes que são alimentos in natura, fáceis de encontrar em feiras, mercados etc.

Acompanhe sempre com um médico, faça exames de rotina, e siga uma alimentação saudável para reduzir riscos.

Referências bibliográficas

1) Paola De Cicco, et.al. Nutrition and Breast Cancer: A Literature Review on Prevention, Treatment and Recurrence. Nutrients. 2019 Jul 3;11(7):1514.

2) Estefanía Toledo et.al. Mediterranean Diet and Invasive Breast Cancer Risk Among Women at High Cardiovascular Risk in the PREDIMED Trial: A Randomized Clinical Trial. JAMA Intern Med . 2015 Nov;175(11):1752-1760.

3) Michelle Harvie, Anthony Howell , Gareth Evans. Can diet and lifestyle prevent breast cancer: what is the evidence? Am Soc Clin Oncol Educ Book. 2015;e66-73.

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